
Tempo sem controle,
corroendo minha pele,
dissecando minhas entranhas,
fazem com que meus nervos
me mandem sinais de ameaça
de que posso morrer amanhã,
posso morrer do nada,
e não fiz nada,
e que serei em segundos
apenas o nada.
Nada.
Minha vida ainda passa,
em algum lugar do universo;
aqui o tempo não é variável
somente a lembrança...
O filme roda mais uma vez:
motivo de reação,
pânico manifestado,
falso ataque do coração;
lembrete da morte,
da dor e incompetência...
E um segundo passa:
um homem bate a porta.
E um minuto passa:
um homem abre a porta.
E um segundo passa:
um homem me assusta.
E um hora passa:
paralisia ilusória.
Pânico da morte.
Um homem fala
e só eu escuto.
E a cada remédio,
um segundo a menos.
E a cada choro,
um segundo a menos.
E a cada ilusão,
uma hora a menos.
E a cada pensamento,
um momento perdido.
Somente há repetição,
o ponteiro não dorme,
o tempo não morre.
Nós morremos, aos poucos,
de um desespero discreto.
lindo Ca, parabéns!
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