sexta-feira, 16 de abril de 2010

Ideologia, eu não quero uma


Ideologia é a salvação.
Idealizar é ser humano.
Abortar é pecado.
Tudo, TABU.
O que você na realidade pensa?

Dinheiro é a sensação.
Beleza é obrigação.
Virgindade é sagrada.
PERFEIÇÃO.
Ou você acha que é melhor do que eu?

Socialistas amam coca-cola.
Extremistas a diversão.
E, no auge dos quarenta,
ela tem o solo do sertão estampado na cara.
IDEOLOGIA.
Para que serve esse lixo?

Sexualidade reprimida.
Sexo exagerado.
Drogas como alívio.
ALIENAÇÃO.
Você acha mesmo que está livre disso?

Câncer de próstata.
HIV e ezquizofrenia.
DOR E HUMILHAÇÃO.
Para você tudo é fácil, não é?

Múltiplas personalidades.
E falta de personalidade.
A cópia sendo valorizada.
DIGNIDADE.
Você realmente tem isso?

sábado, 3 de abril de 2010

Será que há razão alguma em sofrer?


Não consigo viver neste mundo.
Não me sinto satisfeita alimentando um prazer.
Porque nós sofremos calados,
sentimos dor e a achamos indiferente.
Nós aprendemos a rir,
para esquecer o que sentimos.
E nós mentimos para evitar a dor.
Somos egoístas e egocêntricos.
Sempre que choramos de verdade,
choramos escondidos.
Não queremos nos mostrar fracos.
Achamos que somos melhores que os outros
e na realidade acreditamos nisso.
Mas tudo não passa de um sonho,
que nós mesmos criamos,
pois somos inutilmente iguais.
Nossa carne pode ser diferente,
nossos pensamentos podem ser diferentes,
nossas opiniões podem ser diferentes,
mas sentimos a mesma coisa.
A tristeza existe porque é universal.
O desejo, o amor, a dor;
são iguais para todos.
Mas porque existimos?
O que eu faço aqui?
Se em um acidente posso morrer
se posso nascer sem pernas
se posso ficar cega
se podem me assaltar
se podem me estuprar
se eu vivo para sentir dor?
É nesse momento que sinto
o som da serpente
pronta para dar o bote.
E ela me dá uma chance e me alerta
para que eu viva mais o presente,
e sinta alegrias em prazeres vazios.
Mas isso é algo impossível para mim,
pois o passado me atormenta
e não me conecto com o presente.
Me sobra apenas o doce futuro,
no qual me tenta, me seduz e,
quem sabe nem exista.
E isso me causa a grande dor,
o grande sofrimento da dúvida que me corrói.
Somos seres inúteis que sofrem e desaparecem
ou ainda há um sentido nisso,
no qual nós, meros frágeis humanos,
nascidos da pútrida lama, somos capazes de entender?