sábado, 10 de julho de 2010

Mundo ideal ou mundo real?


Eu danço no jardim da ternura,
onde ouço cantos profanos e animalescos,
mas doces e cheios de melodia.
Cores em flores que nunca vi antes.
Frequências inexistentes
que se conectam aos meus sentidos.
O sofrimento ainda existe,
mas sua importância não é a mesma.
Eu me apunhalo e não sofro.
Eu sangro mas não grito.
Eu apenos compartilho meus elementos.
O que eu sou faz parte de tudo.

Mundo ideal:incerto.

Então acordo e ouço moscas,
zumbindo de forma impetuosa nos meus ouvidos.
Há algum cadáver por perto.
Sempre há um cadáver por perto.
Vejo olhos vermelhos e cansados
perambulando no meio de luzes,
em uma velocidade caótica,
no qual tudo está cronometrado.
Meus passos, minhas atitudes,
minha vida e minhas escolhas,
tudo escrito, tudo ordenado,
tudo estritamente cronometrado.

Mundo real: paranóia.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Contato humano


Tudo o que nos toca é incerto.
Sejam suas palavras,
seja o sexo.
Seja a paixão
no toque, no hálito.
Tudo o que te toca
deixa de ser hábito.
De necessidade se torna essência,
porque o corpo é quente
e o ser humano é feito de vida,
que é feita de chama.

E eu preciso suspirar
para sentir.
E eu preciso chorar
para sentir.
E eu preciso sorrir
para sentir.
E eu preciso te tocar para sentir
a coneção sem significado
ligando nossos corações,
ao que somos e ao que seremos,
ao que eu sou e ao que serei,
em um breve momento no espaço;
contrastando com a grande,
mas também insignificante,
condição de ser humano.