sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Carne minha


Obsessão no momento em que o amor
se confunde com o ódio.
Amor no momento em que você
se torna minha única opção.
Ódio no momento em que você
não me acha sua opção.
Opção de poder causar dor a quem ama.
Quem ama a dor ama o amor obsessivo.
Obsessão, querer estar dentro de você.
Dor, perfurar seu coração;
meu e seu coração, não seu e meu.
Comandar, comandar sua respiração,
a cada ar que sai pelas suas narinas
eu respiro junto, seu ar é meu.
Minha, tão somente minha,
boneca de porcelana, pura, estática,
minha, seu estômago cai aos pedaços,
meu estômago dói de amor.
Olhos, penetrantes olhos, azuis;
meus, glóbulos oculares, seus:
suas funções não me importam mais.
Egoísta, eu preciso mais da sua carne,
do que você das suas funções.
Medo, sua vida é minha,
eu te possuo: você me mata a cada ato!

Mas eu não consigo sua alma!
Eu quero sua alma!
Eu quero comer sua alma!
Eu quero dilacerar sua alma!
E o que só tenho é carne, pútrida carne...
Sua alma se foi, não a tenho mais!
Olhe o que você fez comigo!
Onde quer que você esteja, olha!
Eu não tive nada em troco e te sangrei!
Eu não tive nada, não tenho nada, não sou nada!
O que sou agora?!
Somente mais um retardado amante da obsessão!
Vadia suja e pervertida que me destruiu!

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