sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Guerreiro Errante


Por que em vez de ver, eu sinto?
Por que se penso, uso o instinto?
Por que quando eu rimo, eu minto?
Hipócrita sou, frágil sempre serei,
buscando números que comprovem os fatos,
continuo acreditando nos meus ideais:
finos; fracos que se quebram no simples tocar
e somem subitamente quando paro de imaginar.
Eu, prostituto de minhas convicções,
sei que não tenho forma, nem cor,
nem mesmo um rastro de sombra.
"Uma mentira que cria uma mentira",
é isso o que sou, um nada no nada e,
sendo nada, não posso admitir,
que não obstante amante da ilusão,
em mim reina constante um guerreiro errante,
que encrava em si próprio uma lança,
rasgando com prazer sua maldita carne.

Nenhum comentário:

Postar um comentário